Após disputa, Israel desiste de nomear Dayan como embaixador no Brasil
Israel confirmou nesta segunda-feira que retirou a nomeação de Dani Dayan, um conhecido defensor das colônias nos territórios na Cisjordânia, como embaixador no Brasil, após uma disputa de vários meses depois que Brasília rejeitou a indicação dele em agosto por causa de seu passado político. A decisão de abandonar a candidatura de Dani Dayan desferiu um revés para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, refletindo uma crescente impaciência internacional sobre o assentamento israelense e a contínua construção em terras ocupadas reivindicadas pelos palestinos. O gabinete de Netanyahu disse que Dayan será agora o novo cônsul-geral em Nova York.
Dayan nasceu na Argentina e emigrou para Israel em 1971, aos 15 anos. Atualmente, ele mora na Cisjordânia ocupada e é contra a criação de um Estado palestino. Ele havia sido nomeado como embaixador no Brasil em agosto, mas o Itamaraty nunca aceitou sua nomeação.
O Brasil estava descontente com a indicação por dois motivos: não gostou da forma de como foi conduzida; e por ele ser favorável aos assentamentos judaicos na Cisjordânia - território que, de acordo com a legislação internacional, pertence aos palestinos. O governo brasileiro é historicamente favorável à existência de dois Estados, Israel e Palestina. Dayan foi presidente do Yesha Council, a representação das comunidades judaicas instaladas na Cisjordânia.
Falando em uma emissora de rádio do Exército de Israel, Dayan tentou minimizar a decisão, dizendo que ele estava animado com a oportunidade de servir em Nova York. "Eu não acho que nós fomos rejeitados" disse ele. "Quem não nos queria no Brasil, nos terá em Nova York, a capital do mundo", disse Dayan.